Viva São João. Nesse inverno façamos uma reflexão sobre as típicas festas juninas de nosso país.

 

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Bandeirinhas, barracas, fogueira, quadrilha e caipiras. Onde encontramos tudo isso? Nas festas juninas ou arraiás de nosso país, claro! Essas festas típicas invadem o inverno brasileiro com cheiros, músicas e cores tradicionais do Nordeste celebrando Santo Antonio ou São João. Elas são um momento muito bacana para nossas crianças entrarem mais em contato com nossa cultura popular- quando podem experimentar comidas típicas como bolo de fubá, cocada e milho verde, além de aprenderem a dançar as tradicionais músicas de forró e o sentido de coletividade.

Quando eu era pequena, esperava ansiosamente por essa época do ano e, especialmente, pela festa junina de minha escola, não só porque era o dia de encerramento das aulas antes das férias de inverno, mas também pelas maravilhosas brincadeiras que experimentávamos no grande dia. Tinha rabo do burro, argolas, boca do palhaço e muito mais. E nós, crianças, participávamos de toda organização da festa o que a tornava ainda mais especial.

As famosas “prendas” eram feitas pelos alunos e a graça não era ganhar o objeto em si, mas participar da brincadeira. As comidas nós levávamos de casa para ajudar na organização da festa, que era feita por toda a comunidade escolar. Doces para meninas e salgados para os meninos era regra. Uma farra! No grande dia todas as turmas se encontravam para brincar junto com suas famílias e as crianças maiores ajudavam os menores nas barracas de brincadeiras. No fim da festa, fazíamos uma grande roda em volta da fogueira para dançar. E nossa volta para casa não era tão cheia de prendas como hoje em dia, mas sim de recordações maravilhosas e, quase, sempre estávamos de chapéu trocado.
Faz um tempo que alguns eventos e relatos sobre festas juninas escolares tem me intrigado e me feito relfetir. Como especialista na área da infância e do consumo tenho ouvido, recorrentemente, reclamações das famílias sobre as extensas listas de prendas para o festejo. Pasmem!  Algumas escolas particulares no eixo Rio- São Paulo tem enviado extensas listas de prendas que têm de alguma forma, incitado competição entre as crianças sobre o que levar no dia sendo os apelos, geralmente, por brindes licenciados.

Outros questionamentos passam pelas festas estarem se tornando grandes produções, chegando até a serem patrocinadas por inúmeras marcas – inclusive de bebidas alcóolicas, como aconteceu numa escola paulistana há uns anos e gerou grande polêmica na imprensa e entre especialistas que trabalham com o consumo precoce de álcool entre jovens alegando que as marcas estavam invadindo o espaço escolar e naturalizando o consumo da bebida por menores.  Deixo aqui essa provocação para refletirmos sobre essas questões contemporâneas.

Mas, calma gente! Nem tudo está perdido já que tenho visto e participado como mãe, professora e amante dos festejos juninos de muitas iniciativas bacanas que resgatam o real e tradicional formato das festas.  Famílias  reunidas em praças públicas têm organizado lindas festas democráticas feitas pelo coletivo onde o brincadeira importa mais que a prenda e o fazer junto impera a começar por pendurar as bandeirinhas e balões.

Que tal procurar então pela sua cidade o som das sanfonas e correr atrás do cheiro do milho verde e da canjica levando as crianças para perto da luz da fogueira? Customizar fantasias dando um toque pessoal a indumentária pode, também, ser bem divertido. Assim como fazer prendas e ensinar as crianças receitas de comidas típicas cozinhando junto com elas para que tenham o prazer de produzir algo com as próprias mãos.  Tenho certeza que os pequenos vão adorar conhecer um pouco mais sobre a cultura de nosso país através do som, comida, roupas e danças típcas que vivenciarem nos arraiás. Viva São João! .

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